Folk Tale

As três fiandeiras

Translated From

Die drei Spinnerinnen

AuthorJacob & Wilhelm Grimm
Book TitleKinder- und Hausmärchen
Publication Date1812
LanguageGerman

Other Translations / Adaptations

Text titleLanguageAuthorPublication Date
De drie spinstersDutchM.M. de Vries-Vogel1940
Le tre filatriciItalian__
Ba bà kéo sợiVietnamese__
De tre spinderskerDanish__
Las tres hilanderasSpanish__
The three spinnersEnglish__
Les trois fileusesFrench__
ATU501
LanguagePortuguese
OriginGermany

As três fiandeiras

Uma moça, bonita e prendada, não encontrava casamento, embora muito merecesse um bom estado.Ia sempre à missa das almas, pela madrugada, e rezava seu rosário para elas.Perto da casa da moça morava um homem rico e solteiro que dizia só casar-se com a melhor fiandeira da cidade.A moça sabendo essa notícia, ia comprar linho à casa do rico, dizendo fiá-lo todo num só dia.O homem ficava pasmado, vendo uma moça tão trabalhadora.

Não dando inteiro crédito ao que ouvia, uma manhã, em que a moça apareceu para mercar um pouco de linho, disse-lhe em tom de brincadeira:moça, se esse linho é fiado num dia, sem entrar pelo serão, leve-o sem pagar e irei ao anoitecer ver sua tarefa.

A moça voltou para casa muito aflita com a promessa porque não podia fiar o linho num dia, nem a metade da porção que trouxera.Pôs o linho nas rocas e começou a chorar, a chorar sem consolo.Quando, estava assim, ouviu uma voz trêmula dizendo:

- Por que chora a minha filha?

Levantou a cabeça e viu uma velha, muito velha, vestida de branco e muito pálida.Contou o que lhe sucedia e a velha disse:vá rezar seu rosário que eu vou ajudá-la um pouco.

A moça foi rezar e quando acabou todo o linho estava fiado e pronto.A velha disse:Se você casar eu virei às bodas e não se esqueça de chamar-me minha tia por três vezes.

A moça prometeu.Quando o mercador chegou e viu o linho fiado, ficou assombrado.Gabou muito a moça e no outro dia mandou, ainda uma porção maior de linho, dizendo que voltaria para ver o resultado.A moça pôs-se a chorar sem parar.

Outra velha apareceu, parecida com a primeira, e fiou o linho num amém, enquanto a moça rezava.e ao despedir-se fez o mesmo pedido que a primeira velha fizera.

Ainda uma vez o mercador visitou a moça e não teve palavras para elogiar o quanto ela fizera num dia.Mandou, de presente, ainda mais linho e o mesmo pedido.A moça voltou a lamentar-se e uma terceira velha apareceu e tudo se passou como de costume, linho fiado e promessa feita,

O mercador veio visitar a moça e pediu-a em casamento, marcando-se o dia.Como um dos pre sentes de noivado, recebeu a noiva muito linho para fiar, e rocas, fusos, dobadouras e mais apetrechos.A moça estava desesperada com;o seu futuro.

Quando acabou de casar, surgiram na porta as três velhas juntas.A moça, lembrada do que prometera, recebeu-as muito bem, tratando-as por tias, oferecendo comida, bebida, assento, e fazendo toda a sorte de agrados e oferecimentos.O noivo não tinha cobro do espanto qué lhe causava a feição de cada uma das velhas.Não se contendo, perguntou:

- Por que as senhoras são assim, corcovadas, alhos esbugalhados e queixos para fora?Foi alguma doença?

- Não foi, senhor sobrinho - responderam as velhas - foi o fiar que nos deu essas pechas.Fiámos anos e anos e ficámos assim, corcovadas pela posição, olhos esbugalhados de acompanhar o riço, queixos feios péla tarefa com os tomentos.

O noivo não quis mais saber de rocas, fusos e dobadouras.Agarrou tudo e atirou pana o meio da rua, dizendo que jamais sua mulher havia de pegar num instrumento que a faria tão feia.

Viveram muito felizes.As três velhas eram as "alminhas,"agradecidas pela devoção da moça.


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