Folk Tale

Dona Ola

Translated From

Frau Holle

AuthorJacob & Wilhelm Grimm
Book TitleKinder- und Hausmärchen
Publication Date1812
LanguageGerman

Other Translations / Adaptations

Text titleLanguageAuthorPublication Date
Vrouw HolleDutchM.M. de Vries-Vogel1940
Madama HolleItalian__
Κυρά-ΧόλεGreek__
Bà chúa tuyếtVietnamese__
Mor HuldaDanish__
Madre Nieve (Frau Holle)Spanish__
Mother HuldaEnglishMargaret Hunt_
Dame Hiver (Dame Holle)French__
ATU480
LanguagePortuguese
OriginGermany

Dona Ola

Uma viúva tinha duas filhas, das quais uma era bela e inteligente, a outra feia e preguiçosa.Mas ela gostava muito mais da feia , porque era a sua própria filha , e a outra tinha de fazer o trabalho da casa e ser a criada da casa.A pobre moça era obrigada a ir todos os dias para a rua, sentar-se na beira de um poço e fiar até que seus dedos sangrassem.

Aconteceu, certo dia , que a bobina ficou ensanguentada, e, por isso, ela se debruçou sobre o poço para lavá-la, quando a bobina lhe escapou da mão e caiu dentro do poço.A moça correu chorando para a madrasta e contou-lhe sua desgraça.Esta, porém, lhe passou uma descompostura tão violenta, e foi tão impiedosa, que disse:

- Se deixaste a bobina cair no poço, agora vai e traze-a de volta!

A pobre moça voltou para o poço, sem saber o que fazer.E, na sua grande aflição, pulou para dentro, para buscar a bobina.Ela perdeu os sentidos, e quando acordou e voltou a si, viu-se num lindo campo inundado de sol e coberto de flores.A moça foi andando por esse campo , até chegar a um forno que estava cheio de pão.E o pão gritava:- Ai, tira-me, tira-me, senão eu queimo , já estou assado há muito tempo.Então ela se aproximou e com a pá tirou os filões de dentro do forno.

Continuou o caminho , e chegou a uma árvore que estava coberta de maçãs, que gritava:- Ai, sacode-me , sacode-me, nós, maçãs, já estamos maduras.Então ela sacudiu a árvore até as maçãs caírem e não ficar nenhuma na árvore.E, depois de arrumar todas as maçãs num monte, continuou o caminho.

Finalmente, ela chegou até uma casa pequenina, da qual espiava uma velha, que tinha dentes muito grandes e a moça ficou com medo e quis fugir, mas a velha gritou-lhe:- De que tens medo minha filha?Fica comigo.Se fizeres os trabalhos da casa direito estarás muito bem.Só precisas prestar muita atenção ao arrumar minha cama, sacudindo o acolchoado com vontade, até que as penas voem, então cai neve no mundo.Eu sou a dona Ôla.

Como a velha lhe falava mansamente, a moça criou coragem e entrou na casa para o serviço.Ela cuidava de tudo a contento da velha, e sacudia o acolchoado com vontade, até que as penas voassem como flocos de neve.Por isso tinha uma vida boa junto da velha , comia bem todos os dias.

Depois de viver com dona Ôla por um tempo a menina começou a entristecer.

No começo, nem ela mesma sabia o que lhe faltava, mas finalmente percebeu que sentia saudades, embora aqui passasse mil vezes melhor que na sua própria casa, mas mesmo assim ela sentia saudades.

Finalmente ela disse à velha:

- A saudade me pegou e mesmo que eu passe aqui embaixo tão bem , não posso continuar.Tenho que subir e voltar para os meus.

A dona Ôla lhe disse:

- Agrada-me saber que tu queres voltar para casa, e como tu me servistes tão fielmente , eu mesma vou te levar para cima.Ela tomou a mão da moça e levou-a para um grande portão.O portão se abriu e, quando ela estava bem debaixo dele, caiu uma forte chuva de ouro, e o ouro ficou pendurado nela, e ela ficou toda coberta de ouro.

- Isto é para ti, porque foste tão diligente , disse a velha e devolveu-lhe também a bobina que caíra no poço.Então o portão se fechou e a moça chegou novamente na superfície da terra e quando chegou ao pátio da casa, o galo que estava pousado no poço gritou:

"Cocoricó, cocoricó,

A donzela de ouro está aqui!"

Então a moça entrou em casa, foi bem recebida pela irmã e pela madrasta por estar coberta de ouro.

A moça contou tudo o que lhe acontecera , e quando a madrasta soube como ela chegara a tanta riqueza, quis arranjar a mesma sorte para a sua filha feia.Ela deveria sentar-se na beira do poço e fiar, para que a bobina caísse ela precisaria picar seu dedo, mas ela meteu o dedo no espinheiro para ensanguentá-lo, aí jogou a bobina e pulou atrás.

Ela chegou, no lindo campo e continuou a caminhar.Chegou perto do forno e o pão gritou para ser retirado do forno pois já estava muito assado.Mas a preguiçosa respondeu:

- Não tenho vontade de me sujar, e foi embora.

Logo chegou perto da macieira que pediu que ela a sacudisse para as maçãs caírem porque estavam maduras.Mas ela respondeu:

- Não faço isso, pois pode cair uma na minha cabeça, e continuou no caminho.

Quando chegou à casa de dona Ôla, não ficou com medo porque já ouvira falar dos seus dentes , e logo se engajou no serviço dela.No primeiro dia foi diligente e fez tudo direito pensando no que ia ganhar.

Porém, no segundo dia ela começou a ficar preguiçosa e no terceiro ela nem queria se levantar da cama e nem arrumar a cama de dona Ôla como devia e as penas não voaram.Aí dona Ôla cansou-se dela e a despediu.A preguiçosa ficou contente e pensou que agora viria a chuva de ouro .

Dona Ôla levou-a até o portão, a moça ficou embaixo dele, mas em vez de ouro foi despejado um grande pote de piche em cima dela.

- Isto é a recompensa pelos teus serviços, disse dona Ôla e trancou o portão.

Ela voltou para casa , mas toda coberta de piche e o galo cantou:

"Cocoricó, cocoricó,

A donzela suja está aqui!"

Mas o piche ficou grudado nela e não saiu por toda a sua vida!


Text view